Em diretrizes de programas de candidatos a presidência da república em 2010, gostaria de salientar o item Infraestrutura para a economia sustentável;
Proposta da candidata do PV - Partido Verde, Marina Silva; – A infraestrutura é base fundamental para sustentação do crescimento e desenvolvimento econômico. A forma como é planejada e constituída tem enorme impacto na distribuição geográfica do desenvolvimento, na qualidade de vida da população e nos impactos ambientais. Na transição para uma economia de baixo carbono o planejamento da infraestrutura deve ter foco em uma infraestrutura que seja eficiente e sustentável no uso dos recursos naturais.
Nos sistema de transporte a ênfase deve ser dada às ferrovias, às hidrovias e aos sistemas híbridos combinando biocombustíveis e eletricidade.
O sistema elétrico brasileiro necessita de um acréscimo anual, na sua capacidade instalada de geração, em torno de 3.300 MW médios. Esse acréscimo tem sido planejado quase que exclusivamente por meio de grandes hidroelétricas localizadas na Bacia Amazônica. Os projetos de geração baseados em energia eólica e co-geração têm sido marginais, enquanto os projetos de pequenas centrais hidroelétricas não são avaliados em seus impactos cumulativos, quando são implantados ao longo de um mesmo curso d’água ou micro bacia hidrográfica.
Deve-se dar início a uma diversificação nos projetos de geração, de forma que o país possa usar a complementaridade de diferentes fontes para a sustentabilidade da oferta de energia renovável. Entre essas fontes merecem destaque a eletricidade co-gerada no processamento da cana-de-açúcar, a advinda dos projetos eólicos de grande altura (acima de 80 metros) e dos sítios off shore, além dos projetos hidroelétricos já em andamento, como as do rio Madeira. Os novos aproveitamentos hidroelétricos – principalmente da Bacia Amazônica – deverão ter sua avaliação ambiental estratégica e integrada amplamente divulgada e devidamente analisada a partir de suas audiências públicas.
Também as políticas de incentivo à redução da demanda de eletricidade deverão ter seu devido destaque. Além dos instrumentos de natureza financeira e tributária, deverá ser prioritária a adoção de novas tecnologias de gestão da malha de transmissão e distribuição – conhecidas como “smart grid” – de forma a favorecer a introdução das diferentes alternativas de geração distribuída.
O saneamento básico será priorizado e todas as alternativas de geração de energia a partir do tratamento do esgoto serão incentivadas. O tratamento de resíduos sólidos impulsionará novos negócios a partir da redução da geração, do reuso, do reaproveitamento, da reciclagem e da recuperação energética dos resíduos, como preconiza a lei sobre resíduos sólidos já aprovada pela Câmara dos Deputados.
Brasil: por uma economia sustentável
Desenvolver o país, preservar a vida, garantir o futuro
Controlar o aquecimento global é um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta.
- Adotar intensivamente na agricultura a recuperação de pastagens, a integração agricultura-pecuária, o plantio direto na palha e a fixação biológica de nitrogênio (corte de 133 a166 milhões t CO2eq)
- Ampliar a eficiência energética, o uso de biocombustíveis, a oferta de hidrelétricas e as fontes alternativas como biomassa, eólicas, pequenas centrais hidrelétricas na matriz elétrica e o uso de carvão de florestas plantadas na siderurgia (corte de 174 a 217 milhões t CO2eq).