Instituições privadas, governamentais e ONGs, a pouco mais de uma década, perceberam a importância mercadológica da gestão responsável e passaram do estágio inicial de filantropia à atual busca pelas práticas de desenvolvimento sustentável. Tal mudança se deve à exigências de um novo consumidor mais informado em relação aos direitos universais. Atualmente os hábitos de consumo irresponsáveis são a causa de sérios problemas sociais e ambientais. Consome-se mundialmente 20% a mais de recursos naturais do que o planeta é capaz de repor.
A expectativa vindoura é de que os consumidores modernos assumam um papel fundamental no estímulo e na cobrança individual e coletiva por ações efetivas de responsabilidade socioambiental. Em relação às instituições, espera-se que ajam também de forma socialmente e ambientalmente responsável, não apenas por seu interesse próprio, mas sim motivadas pela influência das partes interessadas no seu negócio, entre elas, os consumidores.
Na edição de 2007, o 4º FWHouse; Salão Internacional de Negócios que acontece em paralelo à São Paulo Fashion Week (SPFW) – um dos principais eventos de moda do país; tomou como pré-requisito a defesa da política de sustentabilidade entre as marcas participantes do salão de negócios. A própria organização da SPFW deu o exemplo: o tempo de montagem e desmontagem do evento foi reduzido de 35 para 25 dias, representando uma economia de 30% em energia. Nas salas de desfile, equipamentos mais modernos propiciaram uma redução de 18% no consumo de biodiesel. A coreografia, assinada por Daniela Thomas, seguiu o politicamente correto: foi reciclada. O staff da SPFW utilizou em 2007 o mesmo material, cerca de 32 toneladas de papelão – reaproveitados da edição de 2006, com um toque artístico na textura e nova pintura, pronto para ser reutilizado.
A Natura, aproveitando o ensejo de consumo responsável e sustentabilidade, lançou também no 4º FWHouse a sua linha de sabonetes Ekos, feitos com material produzido na unidade industrial de Benevides no Estado do Pará. Novo pólo de desenvolvimento e pesquisa da empresa, que está adequando toda a sua produção de sabonetes a base de massa vegetal de palma, para óleos vegetais extraídos de frutas como inajá, tucumã, buriti, patauá e murumuru, adquiridas de cooperativas e associações de pequenos agricultores e comunidades extrativistas locais. Os produtos dessa empresa de cosméticos estão fazendo a diferença para com a conservação do meio ambiente e para o desenvolvimento de comunidades do norte do país.
Em virtude do princípio de direito é consagrado o valor coletivo de que todos os cidadãos são co-responsáveis pela conservação sustentável do meio ambiente e igualmente pelo dever ético, social e político perante as gerações presentes e futuras. A consolidação desse princípio como ato de cidadania, condição essencial para construirmos uma sociedade sustentável, impõe uma tarefa educacional, com informações práticas de sustentabilidade perante a nação. A responsabilidade social empresarial implica assumir a responsabilidade sobre os impactos das atividades da empresa, tanto no ambiente interno como no externo, e também no que diz respeito aos seus produtos e serviços.
Informar-se sobre os impactos da produção e do pós-consumo de produtos e serviços é um instrumento fundamental para ajudar os consumidores a cumprir sua responsabilidade. Para tanto, é preciso que as atividades das empresas se tornem transparentes para os consumidores. Sem isso, a responsabilidade social empresarial e o consumo ético são mera retórica.
Como membro do CEBEU – Conselho Empresarial Brasil / Estados Unidos, manifesto aqui em favor do consumo responsável, resguardadas as especificidades de cada uma das nações, de biocombustíveis com o estabelecimento de normas e padrões globais para o produto, sem que a agricultura e o meio ambiente sejam afetados de formas inadequadas. Energia e alimentos devem caminhar em sintonia sustentável e não em contraposição mercantil.
Antes de sair às compras, questione-se: necessito, mesmo, desse serviço ou produto? Ele economiza energia? Não é poluente? É reciclável? Seus ingredientes ou componentes são obtidos respeitando-se a conservação do meio ambiente e da saúde humana? Ele é seguro? A empresa respeita os direitos dos trabalhadores e do consumidor? Procure informações sobre os impactos sociais e ambientais dos produtos e serviços e mude os seus hábitos de consumo sendo um consumidor responsável.
By. Clayton Fernandes
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