10 de agosto de 2009

"Este é o momento!"

Em 2006 foi apresentada, no Congresso dos EUA, uma proposta para eliminar as tarifas de importação de etanol de 0,54 US$/galão. De lá pra cá, apenas os 25 países caribenhos têem o direito de exportar até 7% da demanda americana com isenção total de tarifas no âmbito do CBTPA, Caribbean Basin Trade Partnership Act.
Já em 2009, a política democrática do presidente americano Barack Obama, conforme apresentado, noticiado e registrado em http://mixideias.blogspot.com/2009/07/obama-apoia-o-etanol-de-milho.html , vem 'infelizmente' apoiando, com ações protecionistas, a bancada ruralista do seu congresso em prol do etanol produzido a base de milho.

É certo de que o etanol deva concorrer com outras fontes de energia renováveis como hidrogênio e a eletricidade (carros elétricos). Entretanto, por razões estratégicas e/ou protecionistas, é importante aqui retomar a agenda estratégica para relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. A execução da seção brasileira do projeto agenda bilateral é comandada pelo CEBRI - Centro Brasileiro de Relações Internacionais, via o CEBEU - Conselho Empresarial Brasil e Estados Unidos, ao qual temos a honra de apoiar desde 2006, participando de reuniões presenciais no auditório da FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado, São Paulo.

Além do CEBEU atuamos como voluntário em ações de políticas internas correlacionadas a saúde pública dos americanos, onde o presidente Barack Obama me exclama, através de e-mail´s trocados, que "Este é o momento!" para a mudança do sistema de saúde americano com apoio da população e do congresso. Aproveito o ensejo para dizer que também é o momento para que os EUA e Brasil coordenem políticas públicas em sintonia reginonal para garantir que o crescimento do mercado de etanol seja real e sustentável nos dois países.

A agenda coloca que o Brasil e EUA têm grande interesse que o etanol se torne uma commodity global. Aparentemente, por razões de segurança energética, isso só se tornará possível com uma diversificação dos produtores mundiais. Um esforço nesse sentido pode ser feito em conjunto, envolvendo inclusive a dimensão regulatória. De fato, a consolidação do álcool combustível como uma commodity no mercado mundial requererá a definição de padrões internacionais para o produto e Brasil e EUA podem trabalhar juntos nesta direção.

Em São Paulo, no ano de 2007, o ex-presidente americano George W. Bush assinou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um protocolo de intenções na área energética para garantir a produção de energia limpa e sustentável. Tal documento trazia a possibilidade de troca de tecnologias voltadas a produção de etanol e possível aumento de % inserção desse combustível na frota de veículos dos Estados Unidos.

De acordo com o CEBRI, em 2007 nos EUA, a produção de etanol situava-se em torno de 15 bilhões de litros. Em 2002, foram produzidos 7,9 bilhões de litros, subindo para 12,9 bilhões em 2004. A nova lei de energia americana (Energy Policy Act de 2005) estabelece uma meta de uso de 28,4 bilhões de galões anuais de álcool combustível a partir de 2012.

Enquanto a demanda do mercado americano de energia sustentável aumenta a cada dia, o congresso brasileiro perde precioso tempo tratando de argumentos internos em prol de mantenedoria do poder presidencial da casa.

Acordos bilaterais - Segundo o Conselho Empresarial Brasil - Estados Unidos "há a possibilidade de bons resultados em diferentes setores da ciência e da tecnologia, onde o pragmatismo tem prevalecido, sobretudo nas áreas de saúde, pesquisa biomédica, ciências da terra e atmosférica". A área de energia é, de longe, a mais promissora, atualmente e no futuro, para o desenvolvimento da cooperação bilateral, em suas diversas vertentes, sobretudo as tecnologias de renováveis. "A tecnologia de renováveis energéticos, de modo amplo, com ênfase no etanol, no biodiesel e em outros produtos do agronegócio, pode e deveria constituir um elemento central da cooperação em ciência e tecnologia em suas diversas vertentes: formação de pessoal, intercâmbio quanto a técnicas agrícolas e agronômicas, processos industriais e construção conjunta de mercados para os produtos inovadores", conclui relatório do CEBEU.

Agenda - A agenda bilateral proposta em 2006, mas ainda atualíssima em 2009, traduz a opção por centrar os esforços de cooperação em poucos temas que tenham cumulativamente três características: Natureza estratégica; Temas nos quais os dois países sejam atores relevantes no cenário pertinente, seja ele regional ou mundial; e Temas em relação aos quais se possa formular uma hipótese realista e pragmática de cooperação levando a soluções ganha-ganha para os dois países. Uma forma de negociação 50% a 50% para ambos.

Os temas primordiais da agenda bilateral proposta em 2006, ainda devem fazer parte do foco de ação do atual governo Obama e do governo Lula e de seu vindouro(a) sucessor(a) em 2010 (Dilma ou Serra):

* Negociações comerciais;
* Reforma da OMC;
* Energia;
* Cooperação política na América do Sul;
* Acordos em temas importantes para o ambiente de negócios.

A Royal Business & Associados - www.royalbusinessconsult.com.br mantém através de seu diretor presidente ações políticas de debate focado na área de energia renovável e incentivo a novas práticas de relações internacionais no âmbito de comércio e cooperação de novas leis para a prática de negócios promissores entre Brasil e Estados Unidos. A empresa assina e apoia o desenvolvimento dos temas propostos na agenda do CEBRI como a formação de um mecanismo institucional que “enquadre” as diferentes iniciativas aqui relatadas. Fontes: Casa Branca, My Barack Obama.com, CEBRI, CEBEU, FAAP, Mix Ideias.

Edição e Texto by Clayton Fernandes.

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