O papel das grandes empresas está cada vez mais vinculado a ações em prol da sociedade e não apenas se concentra em gerar lucro.
Indicadores internacionais mostram que a economia global sofreu grandes alterações nos últimos 50 anos. Segundo pesquisa da Marketing Analysis do Brasil, os índices econômicos mostram que há uma mudança radical entre os atores da sociedade e os setores empresariais, em 2005 dos 100 maiores PIBs do mundo, 34 são representados por empresas multinacionais.
Em 2009 o processo de aquisições e fusões aumentou exponencialmente, multiplicando ainda mais o poder das empresas em relação ao poder monetário do Estado. O cidadão comum do mundo que é também o consumidor de produtos fabricados pelas empresas multinacionais está atento diante de qual deve ser o foco e o papel das corporações multinacionais instaladas em seus países.
O estudo da Marketing Analysis apontou em nove capitais do Brasil que o consumidor nacional atribui a importância da prática de responsabilidade social pelas empresas, elevando como fator essencial além de suas responsabilidades e funções básicas.
De acordo com a pesquisa apenas 28% dos consumidores entrevistados afirmam que o papel das grandes empresas é concentrar-se em gerar lucro, pagar impostos, gerar empregos e cumprir leis pertinentes a suas categorias de produção. Entre esses consumidores pode-se citar o economista Milton Friedman, neoconservador e inspirador das elites empresariais latino-americanas, dos anos 70,80 e 90, na defensoria de que o objetivo social corporativo deve ser mínimo ou nulo perante a sociedade em que negocia seus produtos e serviços. Essa ideia é vista no século XXI como ultrapassada e arcaica, encontrando-se atualmente como minoria entre as gestões empresariais.
O resultado da pesquisa Analysis denota que 36% dos consumidores dizem que o papel das empresas, além do óbvio em gerar lucro, cobertura fiscal, prover empregos, obedecer a leis, etc., é ajudar ativamente de forma responsável à construção de um povo e uma nação sustentável e cidadã. Cerca de 27% ouvidos pela pesquisa colocam que o papel das empresas é o de ter um padrão de comportamento entre os dois vetores; lucro e responsabilidade social.
Uma empresa comprometida não apenas com as atribuições básicas do mercado, mas com a sustentabilidade via responsabilidade sócio-ambiental, ao qual está inserida, tem quase duas vezes e meia mais apoio social e retorno financeiro, do que aquelas que apenas cumprem suas ações básicas da cartilha do capitalismo do século XX, limitadas ao escopo operacional tradicional da velha guarda da industrialização.
Tais empresas estão fadadas ao encolhimento de vendas e perdas de parceiros e limitação de stakeholders. O mundo empresarial contemporâneo requer uma nova visão social por parte dos gestores empresariais em relação aos produtos e serviços ofertados no mercado aos novos consumidores em geral. Texto por Clayton Fernandes.
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